Stylist Ronaldo Paixão comenta sobre os alicerces da AI para a evolução da tecnologia dentro da indústria
Nos últimos dias, um burburinho tomou espaço na internet: Papa Francisco vestido com um casaco fashion bombou nos sites de fofoca e o choque se tornou real quando descobrimos que o look, na verdade, era montado por inteligência artificial.
E apesar de ser uma recente novidade, a modalidade invadiu mesmo as redes sociais na pandemia com grandes editoriais, desfiles e diversos posts, principalmente durante premiações, em que os artistas ficaram em casa.
Mas e aí, afinal, por que comprar uma roupa virtualmente se você nem vai poder usá-la no mundo real? O stylist Ronaldo Paixão explica o fenômeno: “Tem dois principais fatores: exclusividade e sustentabilidade. Hoje em dia, as pessoas compram looks para usar uma, duas vezes só e para fotos e eventos – como é o caso de celebridades e modelos. Não tem problema gastar um pouco mais de dinheiro, ser único e não ter que produzir nada”, comenta.
Com a evolução da IA, as coisas se misturam e o real e o fictício ocupam o mesmo espaço. “Como a moda é, no fim das contas, um conceito criativo, é quase como se não tivéssemos limites dentro desse novo universo”, comenta o stylist.
No caso do Papa Francisco, algumas coisinhas acabaram não passando despercebidas pelo olhar da internet. No Twitter, as pessoas apontaram que, pela idade, ele nem poderia sequer estar em pé, quem dirá usar um casaco puffer branco-neve.
No entanto, a questão é: quais os limites da tecnologia nos dias de hoje? Um editorial de moda com pessoas de outro espaço? Fotos com 5 looks diferentes sem nem sair de casa? Um vestido exclusivo sem que qualquer outra pessoa tenha acesso a ele.
Para Ronaldo, a explicação é clara: a produção consciente da moda por meio de realidade virtual abre espaço para que a criatividade seja usada de forma mais ampla, com mais oportunidades. “Tudo que é criado hoje em dia tem 50% chance de erro ou acerto. Gerar buzz antes de criar algo e tornar um conceito tendência antes da produção faz com que a gente entenda qual é o próximo rumo da moda.”
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