Já dizia o ditado que “um cliente satisfeito conta sua experiência para uma pessoa; o insatisfeita conta para dez” e o efeito manada da internet não poderia ser diferente. Dentro do padrão de cancelamento, uma crítica negativa pode alcançar mais de um milhão de pessoas e, até mesmo, acabar com a reputação de uma marca. E é assim que surge o fenômeno “desinfluenciar”.

Por exemplo, você já deve ter visto por aí um daqueles vídeos super sinceros que falam o que todos pensam. No Tik Tok, eles viraram febre.

Em um universo construído por influenciadores, o que explica toda a visibilidade desses novos “desinfluencers?

Mas afinal, de onde surgiu o termo “desinfluenciador”?

Hoje em dia, o Brasil é um dos maiores mercados mundiais de influenciadores. Só no nosso país, existem mais de 500 mil pessoas dispostas a divulgar o seu produto nas redes sociais e influenciar o comportamento e a decisão de compra de cada um dos seus seguidores.

De acordo com a Opinion Box, 67% dos usuários do Instagram seguem influenciadores e 55% já comprou algum produto que o influenciador estava indicando em seu perfil. No entanto, pela alta oferta de perfis massivos dentro da internet, algumas pessoas passaram a se incomodar com publicidades pagas que transmitiam uma mensagem ou recomendação não-verídica. E, a partir daí, surgiu a hashtag #desinfluencing, com mais de 310 milhões de visualizações, em que pessoas desinfluenciam a compra de algum produto na plataforma.

Todo esse processo começou na pandemia, com a exigência de responsabilidade dos criadores digitais pelo que eles publicam, compartilham e indicam em seus perfis. A onda passou a se espalhar, inicialmente, aqui no Brasil, em perfis de reviews de comida, quando pessoas começaram a ir até o local e ter uma experiência desagradável, diferente do proposto nas redes sociais. E aí, dentre tantos influenciadores de gastronomia e culinária, surgiram diversos como a Lídia (@ola_soualidia), que exausta de visitar restaurantes ruins, muda a proposta ao conhecê-los e sugerir se “é bom ou é publi”. Em seu perfil com quase 200 mil seguidores, ela visita lanchonetes, restaurantes, botecos e todos os lugares que hyparem no TikTok. Esse movimento não se restringiu apenas ao lado de alimentos, e hoje alcança quase todas as áreas – principalmente moda e beleza.

O formato é bem conhecido, e funciona para todos da mesma forma: uma pessoa diante da câmera apresentando produtos. Mas diferentemente dos influenciadores, que enaltecem marcas, os “desinfluenciadores” falam mal explicitamente daquilo que, na sua visão, são produtos ruins, e oferecem alternativas melhores ou mais baratas.
Por quê?

Segundo João Camargo, CEO e founder da agência Be Clube, para entender o que está por trás desse novo momento da internet, é preciso entender que as pessoas se identificam cada vez mais com o que é transparente. “Ninguém gosta de ser enganado, né? As pessoas tem uma tendência maior a se enxergar em um conteúdo real”, diz.

Além disso, ele ressalta: “Atualmente, é possível notar esse comportamento em diversas situações da mídia, mas vejo isso também no meu trabalho. Diariamente, as pessoas têm buscado a essência das coisas.”, aponta o especialista em marketing.

João Camargo é um jovem publicitário que iniciou sua carreira de empresário aos 15 anos. Aos poucos, foi se inserindo no mercado digital e, aos 19, fundou sua agência especializada em marketing. Atualmente, aos 22 anos, seus parceiros influencers já somam mais de 10 milhões de pessoas. “Cada vez mais, a vida real vai ganhar espaço no universo online. Não à toa, na Be Clube incentivamos as pessoas a serem elas mesmas. Isso conecta todo mundo.”, finaliza.

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